do espanto
nunca quis chatear o camões, esse grande senhor, cheio de histórias pra contar. mas o professor mostrava maravilhado os milimuitos versos decassilábicos. e mostrava outras rimas doutros tempos, tranças de B A BA BBC CCB. e eu, ainda mais maravilhada do que ele, e que da poesia ainda só vira o ímpeto, perguntei-lhe se eles faziam de propósito ou se saía mesmo assim. não me respondeu e andei intrigada durante uns tempos. foram momentos bem passados.
é escusado dar-lhe um título, nada supera a coisa em si[reticências]
estive há pouco tempo em Lamego [belaterra que, entre outros encantos, tem a mais antiga igreja de Portugal].
na avenida principal havia uma exposição de escultura. it goes a little something like this:
E aqui está Xico Lucena, provável dono de uma pedreira, de uma grande pancada e de uma potencial fortuna.
adenda - acabo de descobir que o senhor tem um site e que até tem algumas obras ligeiramente menos más (cf. obra pública, bispo maneta). aliás, encontrei mesmo uma coisa engraçada:
fica feita a publicidade.
infinito mais um
nunca nos conheceremos plenamente porque a complexidade da inteligência do que somos nos ultrapassa, sendo que esse é o primeiro obstáculo; além dele, o tempo de que dispomos não nos permite ainda e por enquanto lá chegar, por muito conhecimento acumulado que nos seja trasmitido. mesmo que um dia dominássemos estes por ora factos, a evidência da nossa estupidez é um inabalável rochedo na engrenagem.
segundo acto
queridos amigos, amores, família e koalas cantores, nação e resto do mundo, senhores deportados, metro de lisboa e dentes do siso, voltei. dum ano comprido. voltei para o calor, para integrar as refileiras, de novo às voltas. não há caracóis, ámen. a delícia é tanta que o único sobressalto é essa vertigem. estou cá, para mim e para todos, entre as frases longas e as ondas curtas.