kitschnet - mini-pratos ao balcão: 03.18


26.3.18

Recursos humanos

Falamos muito, e com muita razão, da sobre-exploração dos recursos naturais. A Amazónia é uma vergonha, o petróleo outra, o pescado, a mineração, o minguante ar puro. Estamos em autofagia. Mas os recursos visuais estão igualmente a esgotar-se. Dizemos, constatação banal, que vivemos na era da imagem, mas o fenómeno é muito mais do que parece. Não há recanto, ruína, paisagem e tribo que não tenhamos capturado. Os bancos de imagens deglutem o mundo, os mundos, até os mais absurdos, repetitivos e sem centelha de graça. O Hubble e irmãos varrem o universo de lente na mão, metade dos seres humanos à face do planeta tem uma máquina amadora. Tirando o fotojornalismo, de onde pode vir novidade (embora a História se repita), e a arte (que também se debate com questões de finitude), a imaginação vai sendo fotografada até ao osso, exaustão por catalogação, sobre-exposição aos raios-X. Morremos na era da imagem, assim é que é.

posted by pimpinelle
19.3.18

19 de Março

Feliz dia do Apesar De!

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13.3.18

Alívio

Num estranho fenómeno, à Praça do Município acorreram um sem-número de bandos de pombos. As aves mantiveram-se na praça, cobrindo o chão, a estátua ao centro e todos os beirais. Ali concentrados, os pombos formavam uma densa mancha, escura e baça, que não partia mas que também não parava quieta. Uma vez contados, concluiu-se serem 50 mil animais, o mesmo número de assentos do Estádio José de Alvalade. Imaginar um pombo sentado em cada cadeira do estádio é uma visão infernal. A natureza não é verdadeiramente caótica, mas ainda bem que não é assim tão organizada.

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12.3.18

Hei-de incluir isto num discurso que um dia faça
O amor, a arte, as hemorróidas, tudo igual: não se deve forçar.

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Bom rapaz

Markl, os últimos dez anos de carreira à conta dos primeiros dez anos de vida.

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